sábado, 26 de abril de 2008

Setorial de Educação

Recentemente, o Setorial de Educação do PT fez reunião, na UERJ, para
discutir as diretrizes do partido para essa área no ano de 2008. No
evento, foi realizado diagnóstico da educação pública nas cidades
brasileiras, através dos avanços e retrocessos do movimento e o
levantamento de propostas que possam ser sistematizadas em diretrizes
para um possível programa a ser implementado pelo partido e demais
aliados. Estiveram presentes pelo PT Teresópolis, o médico Jorge Mario
e professora Magali Tayt Sohn.

Jorge Mario, como médico, participou da mesa sobre a Saúde do
profissional de educação, e durante os debates, apresentou a proposta,
aprovada, para a criação de Programas de Saúde dos trabalhadores de
educação, considerando, principalmente, as doenças decorrentes das
condições de trabalho. "Muitos profissionais, tanto do setor público,
quanto do privado, exercem suas funções no seu limite e acabam vítimas
de doenças relacionadas ao ritmo intenso de trabalho" afirmou o médico.
"O resultado pode ser constatado em números: os afastamentos por saúde e
as aposentadorias precoces. É preciso que se relacione também o
estresse, problemas de coluna, alergias, problemas de articulação,
perda da voz e síndrome de cansaço crônico". E ainda arrematou: "A isso
juntem-se os salários baixos, a estafa do dia-a-dia, o número excessivo
de carga escolar, o quais têm contribuido em muito para a gradativa
deterioração da saúde desse profissional. Discutir hoje educação, é
discutir a saúde de toda a comunidade escolar".

O documento elenca as diversas etapas pelas quais passou a educação
municipal brasileira, com fases de ampla democratização do setor, com
participação da sociedade, e outras em que imperava um modelo
gerencial, pautado na ótica neoliberal. Pois conceitos, como autonomia,
democracia, participação e qualidade, ganham sentidos e significados
diferentes em nossa sociedade. E se materializam de acordo com as
ideologias e a correlação de forças sociais. Em nome de uma autonomia
pelo léxico neoliberal, o desempenho da educação pública está
circunscrito na gestão da escola. Se ela vai mal, a responsabilidade é
atribuída aos seus dirigentes e professores, ineficazes na condução do
trabalho pedagógico e na administração de recursos humanos e materiais.
Esses valores, conforme o documento do PT, tem que ser modificados.

Segundo a professora Magali Tayt Sohn: "Esse debate em torno da
qualidade da educação e da superação do fracasso escolar tem se
limitado, quase sempre, à discussão maniqueísta do ciclo versus
seriação e à implementação de reformas impopulares que estão longe de
democratizar a aprendizagem e o conhecimento". E disse ainda que: "O
ciclo, por exemplo, que já foi implantado em Teresópolis, carecia de
muitos ajustes, e, ainda por cima, não agradava a maioria dos
professores, enquanto a seriação, do jeito que está, também só tem
contribuído para aumentar nossos índices de evasão e repetência."

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